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Rua Doutor Justino Cruz, nº 154, 1º Andar, Sala 2, 4700-314 Braga
Added by Jopie, at 01 January 2020

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COEVOLUÇÃO EM DIREÇÃO A NÓS MESMOS

Nada é mais importante em uma história do que ser bem contada. A narrativa deve capturar o imaginário da audiência, deve ter suspense, paixão, engano, terror... e o mais importante: os personagens devem cometer todos os enganos e pecados existentes e os ainda a serem inventados. Nas histórias, ser virtuoso é bom, mas como um contraponto humanizador dos defeitos do personagem, afastando ao máximo o risco de ser chato. Sem o mal não há história.

A interação entre personagens e acontecimentos deve transportar a audiência para uma nova realidade, para um mundo cheio de canções, aventura e magia...

, enfim, a história deve ser envolvente e divertida.

Mas será que o objetivo de envolver e divertir a audiência é o suficiente para contar histórias relevantes? Não, não é. O ponto focal de nossa discussão é um incômodo saudosismo do futuro sobre a capacidade de impactar a vida das pessoas por meio da arte de contar histórias. Pouco importa se for um romance, um roteiro, uma tese, uma música... Sempre contamos histórias sobre a vida, o que muda é a forma.

Sem incorrer no equívoco de idealizar o passado, vivemos hoje sob a ditadura do colonialismo mental. Na verdade, foi sempre assim, mas a virtualização tecnológica de nossas existências incrementou e banalizou o processo. Importante: apostamos na capacidade do vir-a-ser.

O colonialismo mental, chamado por alguns de educação e cultura, ensina que devemos trabalhar duríssimo; enfrentar as dificuldades com disciplina e resiliência; planejar racionalmente para administrar recursos escassos (farinha pouca, meu pirão primeiro!); enfrentar concorrentes, estabelecer diferenciais, vantagens e barreiras competitivas; ser capacitado tecnicamente para gerar resultados desejados, estabelecer metas e medir constantemente indicadores de controle; motivar pessoas a serem o que precisamos que elas sejam...

O objetivo? Satisfazer a inquestionável e justificada necessidade de "ser alguém". Em bom português: precisamos conquistar poder sobre outras pessoas que sempre devem ser menos do que nós. Afinal de contas, em um processo evolutivo calcado na lógica da seleção natural, quem não se adapta ao meio ambiente é extinto. Quem não é predador é presa. Quanto mais alta for a posição na cadeia alimentar do sucesso, maior a chance de sobreviver, crescer e se perpetuar.

Um tal poder é obtido e mantido por meio da autoridade, do dinheiro e da fama. A autoridade é entronizada pelos organogramas públicos e privados, sejam eles eletivos, “concursórios”, meritórios, de indicação ou herança. O dinheiro é consequência e causa do posto ocupado na hierarquia da realidade. A fama é a meta última e primeira, o certificado inquestionável do "ser alguém", mesmo quando exercida no anonimato. Do mais humilde ao mais poderoso, todos estão sentados em um dos galhos da árvore do conhecimento do bem e do mal. Precisamos destacar: a filantropia é, talvez, uma das formas mais perversas de perpetuar a existência dos "que são menos".

Desse modo, criamos o ecossistema social do indivíduo-acima-de-tudo. Preste atenção: NÓS CRIAMOS O ECOSSISTEMA! Não foram "eles", "os outros", "o governo", "os poderosos", "as influências históricas", "o sempre foi assim"... fomos nós, cada um e todos juntos. Porém, o colonialismo mental nos ensina o oposto e inculca em nossas mentes e corpos um indefectível sentimento de impotência. Coitados de nós, o mundo é mau...

Grosseiramente generalizando, o ecossistema do indivíduo-acima-de-tudo é mantido, na sua essência, pela tirania do emprego, pela necessidade de capacitação produtiva, pelo medo do estado - seja laico ou religioso -, pelo vício do consumo - facilmente substituído pela retidão da carência - e voltamos ao início. Para o bem ou para o mal, governos, igrejas, empresas e instituições de ensino são as principais colonizadoras mentais.

Mas o que isso tem a ver com a arte de criar? Tudo.

Imagine que você acabou de ler um livro, de assistir a um filme, de ouvir uma música ou de desfrutar qualquer forma de expressão que, em última instância, conta uma história. E agora? Ah! Você não pode mais se conter. Você sente a alma fervilhar, o entusiasmo inundar seus pensamentos. Tudo faz sentido! Você precisa falar, debater ideias, compartilhar experiências. Você quer pregar sua boa nova, mudar, evoluir... Lembra do incômodo saudosismo do futuro? Aqui está ele!

Silenciosamente a ditadura do colonialismo mental roubou de nossas almas a arte do espanto, a capacidade da descoberta, a coragem da revolução, o direito de ser e fazer diferente. Consumimos hoje em uma velocidade infinitamente superior à possibilidade de desfrutar, de questionar, de entender. As informações caducam antes de virarem dúvida, reflexão, experiência, conhecimento. O politicamente correto preenche o vácuo, os formadores de opinião repetem "verdades" vazias, até mesmo a ciência incorporou o colonialismo mental em seus dogmas neurológicos, os donos do poder aproveitam enquanto podem, a imprensa denuncia a febre como se isso fosse curar a doença.

Quando esse ecossistema se vê ameaçado, e hoje ele está, termina por exercer um de seus talentos mais intrigantes: a arte de cooptar, de incorporar ao seu equilíbrio ecológico o que poderia ser algo realmente transformador. O mundo tem hoje uma chance real de rever as bases de sua organização existencial, no entanto, essa não é a primeira e nem será a última vez.

Por enquanto, o filme com muita ação e sem conteúdo acaba, as luzes são acesas e pensamos ansiosos no que comer na praça de alimentação. No dia seguinte temos dificuldade em lembrar a história do filme. Na lógica do indivíduo-acima-de-tudo importa mais "o poder" de consumir filmes e mais filmes com a melhor tecnologia disponível - ler livros é mais trabalhoso e o tempo anda curto - do que vivenciar a evolução do próprio ser, inclusive, por meio da arte cinematográfica. Mas uma coisa é certa - e jamais duvide disso! -, essa pessoa é "alguém na vida".

Em um mundo tão superficialmente triste e alegre, tão repleto de polarizações inúteis, existe pouco espaço para criações simbólicas, inovadoras, repletas de significado, que sejam tradutoras de necessidades reais, proponentes de soluções relevantes. Precisamos de criações que instiguem, que questionem, que incitem à reflexão, que despertem o instinto, que desafiem a capacidade de perceber, analisar e sintetizar, que estimulem o reencontro da razão com a emoção, que contribuam para a nossa reconciliação com nós mesmos.

Talvez os entusiastas da arte pela arte, das narrativas herméticas, dos simbolismos indecifráveis, estejam agora animados com o raciocínio. Sentimos desapontá-los. Acreditamos que as criações devem ter começo, meio e fim - ainda que não comecem ou terminem. Acreditamos que as criações devem basear-se em variáveis sólidas - ainda que permaneçam ocultas ou não existam. Acreditamos que as criações devem ser construídas a partir de propostas coerentes - ainda que desafiem o entendimento e não apresentam respostas.

Revelamos o nosso desafio: contribuir para a produção de criações envolventes e divertidas que sejam capazes de seduzir a audiência e transmitir mensagens relevantes para a vida das pessoas. Mas se por um acaso você decidir lutar contra o mundo, apostaremos todas as nossas fichas no mundo. No lugar de um embate vão, preferimos estabelecer uma amizade transformadora, o que implica em jogar certos fatos na cara da realidade para receber de volta respostas nem sempre desejadas. De qualquer modo, acreditamos sem mais produtivo estabelecer uma amizade frutífera com o mundo.

Com o benefício da coerência, a concretização dessa amizade exige a construção de um novo bioma dentro do ecossistema do indivíduo-acima-de-tudo. Acreditamos na necessidade de estabelecer uma nova lógica do tipo coevolução-colaborativa-em-direção-ao-que-queremos-criar ou, simplesmente, criação colaborativa e coevolutiva. Para desenvolver criações realmente inovadoras, acreditamos ser necessário exercitar a imprevisibilidade do coletivo. A tarefa do futuro é ser perigoso.

Para nós, o futuro do processo criativo está no poder da colaboração coevolutiva. Precisamos desenvolver continuamente uma metodologia capaz de gerar resultados concretos a partir da interação de pessoas em um mesmo ato criativo. Mas a criação coletiva é um desafio. Toda transição exige a gentiliza de aceitar e desafiar o passado. Na prática, as variáveis envolvidas são mais delicadas do que podemos supor inicialmente. Criamos o Ambiente BEDUWEB.

IN para superar esses desafios exercitando aquilo que propomos.

Estaremos sempre no começo, pois cada início principia eternamente em um fim.

Contamos com vocês. Sejam bem-vindos!.

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